segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

RUMO AO 14° INTERECLESIAL


O 14º Intereclesial das CEBs se aproxima! Devemos nos vestir com ousadia e coragem para resignificar o caminho neste nosso século. Devemos gritar que DEUS HABITA A CIDADE.

            Irmãs e irmãos que participam do 14º Intereclesial das CEBs (janeiro de 2018). A frase que dá título ao artigo é do nosso Papa Francisco, no número 92 da EG, Exortação que é o seu programa de pontificado. A Comunidade é o lugar da cura, da fraternidade, da solidariedade comprometida com os pobres, um sinal que aponta na direção do CAMINHO de Jesus de Nazaré.
            Vivemos em um momento da história no qual existe uma tendência a desprezar uma característica fundamental da realidade humana: a sociabilidade. Jesus, e consequentemente o cristianismo, apontam com vigor para o não esquecimento desta realidade. Por isso, em todos os lugares e com todas as pessoas que, como nós, também querem viver outro mundo possível, estamos aqui em Londrina buscando verificar como fazer isto no interior do mundo urbano.
            Porém, este marco de nossa caminhada deve nos empurrar para frente. Este momento não pode falar por ele mesmo, mas ser um trampolim que recolhe uma história de grande significado e impulsiona para dentro de águas mais profundas. Como João Batista, que fez do povo pobre sua própria pele, devemos nos vestir com ousadia e coragem para resignificar o caminho neste nosso século. Devemos gritar que DEUS HABITA A CIDADE.
            Como comunidades liminares, isto é, que estão no limite do carisma e da instituição, não podemos nos confundir com estruturas opressoras. Com uma profecia apocalíptica devemos constituir comunidades nas casas, nas periferias geográficas e existências, nas situações e circunstâncias que poucos e poucas estão dispostos a estar. Comunidades guiadas e reunidas pela PALAVRA. Comunidades sacramentais não apenas porque possuem sete sacramentos, mas porque se abrem à graça que pode ser sentida e vivida pelo sinal sacramental. E como diz Francisco, o de Roma, nunca para os pobres ou pelos pobres, mas COM OS POBRES.
            Façamos de nossas CEBs espaço privilegiado dos excluídos deste mundo. Temos diversidade de presença na Igreja, sim. Mas queremos caminhar em comunhão com ela dando a nossa contribuição específica. Não somos um Movimento, mas uma rede de comunidades. Se a velha paróquia quer ser sinal, neste mundo, do Caminho de Jesus Cristo, precisará entender que a sua estrutura deverá refletir a misericórdia e a hospitalidade, do contrário só produzirá dor e sofrimento para pessoas já tão machucadas pela vida.
            Não caíamos na tentação de uma sociedade do espetáculo. O mundo de hoje exige que homens e mulheres se congreguem para encontrar caminhos de humanização. Homens e mulheres que não são, necessariamente, da mesma religião. Não nos esqueçamos da bela mensagem da Laudato Si’ (Louvado sejas): tudo está interligado. Assim, deveremos ser capazes de acolher todos os tipos de refugiados e refugiadas deste mundo. E, em seu interior, com as paróquias se for possível, estarão as COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE.
Assessores da Ampliada  das CEBs do Brasil: Ir Tea, Ir Mercedes, Pe Vileci e Celso Pinto Carias
Mensagem original publicada no Jornal A CAMINHO, edição 5

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