terça-feira, 30 de janeiro de 2018

DIOCESE DE CAETITÉ PRESENTE NO 14º INTERECLESIAL DAS CEBs EM LONDRINA- PARANÁ

CARTA DO 14º INTERECLESIAL DAS CEBs

Tema: CEBs e os desafios do mundo urbano
Lema: “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3, 7)

Nós, os 3.300 delegados e delegados, participantes do 14º Intereclesial de CEBs, nos dias 23 a 27 de janeiro de 2018, na Arquidiocese de Londrina – PR, partilhamos com nossas comunidades a valiosa experiência vivenciada neste encontro.
Construímos o Intereclesial, patrimônio bíblico, teológico e eclesial da Igreja no Brasil, com representantes das comunidades católicas e de outras Igrejas cristãs, de povos originários e tradicionais de todas as regiões do nosso País, da América Latina e da Europa.
Diante dos clamores e desafios apresentados, fizemos a experiência de Moisés na sarça ardente, ao ser desafiado por Javé, o Deus libertador, que viu, ouviu e, ao descer, o enviou para libertar o seu povo do sistema de escravidão que aprisiona os corpos e coloniza as mentes.
Na vivência de uma Igreja em saída, como cristãos leigos e leigas, padres, religiosos, religiosas, diáconos, pastores e pastoras, bispos, lideranças de povos originários e tradicionais, nos colocamos numa postura de diálogo, em que cada pessoa tem algo a aprender com a outra e todas à escuta do ‘Espírito da verdade’ (Jo 14, 17), procuramos conhecer o que Ele ‘diz às Igrejas’ hoje (Ap 2, 7).
Partilhamos alguns destes clamores que esta escuta nos proporcionou, deixando-nos inquietos e desinstalados, conscientes de que eles ecoam com a mesma intensidade no coração de tantas pessoas de boa vontade.
Sabemos que o primeiro nível da escuta deve acontecer nas bases da Igreja, portanto, na comunidade que é “o primeiro e fundamental núcleo eclesial (…) célula inicial da estrutura eclesial, foco de evangelização e fator primordial da promoção humana (…)” (Medellín, 15, III. 1 a).
Reafirmamos nosso compromisso com uma Igreja da escuta e do diálogo. Queremos colaborar para que todos os organismos de serviços pastorais permaneçam conectados com a base e partam das pessoas, sobretudo, dos pobres e excluídos, dos desafios de cada dia e de seus clamores. Assim nos tornaremos uma Igreja em saída.
As CEBs continuam sendo um “sinal da vitalidade da Igreja” (RM 51). Os discípulos e as discípulas de Cristo nelas se reúnem na escuta e na partilha da Palavra de Deus. Buscam relações mais fraternas, igualitárias e inclusivas. Superam a cultura machista e o clericalismo. Celebram os mistérios cristãos e assumem o compromisso de transformação da sociedade e a defesa da criação, a nossa casa comum.
As mudanças culturais, os desafios e clamores da sociedade globalizada e da cultura urbana, o desmonte das estruturas democráticas em nosso País, a perda dos direitos civis e sociais e a degradação da dignidade humana e da criação levam as CEBs a assumirem os seguintes compromissos:
  • transmitir às novas gerações as experiências e os valores das gerações anteriores;
  • promover a cultura da vida;
  • tornar-se uma Igreja de comunidades em rede, com novos ministérios, que inclua a mulher em sua plena dignidade eclesial;
  • incentivar o protagonismo das juventudes e combater o seu extermínio;
  • apoiar as lutas dos povos indígenas, da população negra e quilombola, dos pescadores artesanais, da população em situação de rua, dos migrantes e refugiados, da população encarcerada, das crianças e dos idosos por cidadania plena;
  • cobrar politicas públicas de inclusão social, participar dos conselhos de cidadania, promover a democracia direta e participativa e a autodeterminação dos povos;
  • promover práticas de economia popular, solidária e sustentável;
  • reafirmar a vocação política dos cristãos e cristãs;
  • fortalecer a campanha pela auditoria da dívida pública, da reforma política e do controle sobre o poder judiciário;
  • apoiar e a colaborar com a REPAM e o sínodo para a Amazônia em 2019.
Nunca podemos nos esquecer de que as comunidades cristãs nasceram no meio dos pobres, como um grito de esperança e lugar de relações igualitárias e inclusivas.
À Igreja que está em Londrina e, que, solidária e afetuosamente nos acolheu, nossa eterna gratidão.
Ao Papa Francisco que, com seu testemunho evangélico, nos desafia a nos tornarmos, cada vez mais, uma Igreja pobre e dos pobres, nossa apoio fraterno e oração.
Pedimos as bênçãos de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Estado do Paraná, para a diocese de Rondonópolis-MT, que acolherá o 15º Intereclesial, em 2022, e para as comunidades que prossigam em caminhada, colocando os pés nas pegadas de Jesus de Nazaré.






terça-feira, 9 de janeiro de 2018

14ª INTERECLESIAL DAS CEBS, UMA EXPERIENCIA RENOVADORA

Alegremente, vamos chegando, festa bonita vai começar eu sabia que alegria com as Cebs vim celebrar (Hélio Marinho)

No período de 23 a 27 de janeiro de 2018, acontecerá na arquidiocese de Londrina Paraná o 14ª Intereclesial das Comunidades Eclesial de Base – CEBS. Há quase cinco décadas, sob o influxo do Concilio Vaticano II e no calor das Conferências Latino-americanas do episcopado reunido em Medellín e Puebla, as comunidades eclesiais de base pulularam como uma pequena “flor sem defesa”. Depois, na década de 1970 veio o seu aprumar, mesmo em um cenário político difícil na época em todo Brasil e na América Latina. Foi nesse momento que surgiram os Encontros Intereclesiais de CEBs, cujo objetivo era uma maior e melhor articulação das comunidades dispersas pelo Brasil. A partilha de experiências durante os encontros é um dos traços marcantes. Os relatos da caminhada das comunidades, seus desafios, sofrimentos, lutas e conquistas, uma vez socializados, tornam patente a unidade até mesmo nos problemas e aponta para questões teóricas e práticas. O panorama apresentado fornece aos assessores referências para um aprofundamento teológico e sociológico.
Foi justamente nos Intereclesiais que foram produzidos os primeiros e mais destacados trabalhos teológicos e sociológicos a propósito das CEBs, o que suscitou uma expressão de uma eclesiologia mais original, com traços marcadamente latino-americanos.
O intereclesial é um grande encontro que reúnem os representantes das Cebs de todo Brasil e representantes de muitos países da América Latina, com o objetivo de refletir a caminhada da igreja na base. O encontro é uma iniciativa das Cebs, organizações e Pastorais Populares que pensa o evangelho encarnado na realidade social do povo, pensa a partir do compromisso com os mais vulneráveis e sofrido de nossa sociedade. Depois de mais de 40 anos o “trem das Cebs” percorre todo Brasil, este ano 2018, segue seus trilhos rumo a Londrina na edição 14ª, que tratará do tema: “As Cebs e os desafios do mundo urbana” Lema “Eu vi, ouvi os clamores do meu povo e desci para liberta-os” (Ex. 3,7).
O encontro terá uma metodologia de trabalho baseada no método Ver, Jugar e Agir. Para ampliar as reflexões dos desafios encontrado em nossa sociedade e que marginaliza o nosso povo, o encontro será dividido em 13 mini plenárias que vão discutir temas como:
Direito a saúde e saneamento;
Acesso as condições de moradia;
Os desafios da mobilidade (Transportes e Locomoção);
Violência e segurança;
As mudanças no mundo do trabalho e os impactos na participação da comunidade;
Pluralismo: ecumenismo e diálogo inter-religioso;
Movimentos e organizações sociais e populares;
Desafios de acesso e participação da cultura e lazer;
Os desafios da formação e educação;
Democracia e participação na política partidária;
Os desafios da juventude;
Mídia, novas tecnologias e direito a comunicação;
Ecologia e cuidado ambiental.
Todos os delegados inscritos estão divididos nas plenária que escolherem quando realizaram as inscrições.
A diocese de Caetité marcará presença integral neste 14ª intereclesial com 5 leigos e uma religiosa. Vamos juntos celebrar a festa.


Nilson Ladeia da Silva
Coordenação Diocesana das CEBs da Diocese de Caetité

14º Intereclesial de CEBs: TUDO ESTÁ PREPARADO. VENHAM PARA A FESTA! Dom Geremias Steinmetz

“Que os desafios no mundo urbano não sejam motivos de desânimos, mas de unidade e luta por justiça e igualdade.” Dom Geremias Steinmetz

Já está muito perto o esperado 14º Intereclesial de CEBs. As reflexões sobre as “CEBs e os desafios no mundo urbano” vão tomando corpo pouco a pouco. O lema “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7) já ilumina a vida e a espiritualidade de milhares de pessoas que, esperamos, cresça ainda mais.
A Arquidiocese de Londrina espera a todos com alegria e satisfação. As comunidades , com suas famílias acolhedoras esperam ansiosamente a chegada de todos. As muitas Equipes de Trabalho se preparam há vários meses para que tudo aconteça dentro do previsto e da necessidade de tão majestoso encontro.  O Secretariado pensou em tudo com muito carinho. Está tudo preparado!
Quero, também eu, dar-lhes as boas- vindas. É uma enorme alegria acolher a todos e todas  aqui em Londrina, cidades e comunidades vizinhas. Desejo que a vossa preparação também seja intensa e que a realização do 14º Intereclesial consiga corresponder à enorme expectativa que foi criada ao redor dele.
Aqui as Santas Missões Populares com seus retiros, Semanas Missionárias, celebrações de abertura e encerramento, prepararam a todos para darmos o melhor. As muitas reuniões de planejamento se esforçaram por dar o justo tom a cada detalhe. Agora esperamos no silêncio e na torcida para que todos cheguem bem e felizes e se sintam “em casa” entre nós. No abraço que lhes daremos na chegada queremos lembrar o abraço que Deus continua dando em seu povo para animá-lo na luta. Aproveitamos para desejar um Feliz e Santo Natal e o ano de 2018 próspero com as mais reais esperanças.
Sejam todos bem vindos!
                                                                                              Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Anfitrião do Intereclesial

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

RUMO AO 14° INTERECLESIAL


O 14º Intereclesial das CEBs se aproxima! Devemos nos vestir com ousadia e coragem para resignificar o caminho neste nosso século. Devemos gritar que DEUS HABITA A CIDADE.

            Irmãs e irmãos que participam do 14º Intereclesial das CEBs (janeiro de 2018). A frase que dá título ao artigo é do nosso Papa Francisco, no número 92 da EG, Exortação que é o seu programa de pontificado. A Comunidade é o lugar da cura, da fraternidade, da solidariedade comprometida com os pobres, um sinal que aponta na direção do CAMINHO de Jesus de Nazaré.
            Vivemos em um momento da história no qual existe uma tendência a desprezar uma característica fundamental da realidade humana: a sociabilidade. Jesus, e consequentemente o cristianismo, apontam com vigor para o não esquecimento desta realidade. Por isso, em todos os lugares e com todas as pessoas que, como nós, também querem viver outro mundo possível, estamos aqui em Londrina buscando verificar como fazer isto no interior do mundo urbano.
            Porém, este marco de nossa caminhada deve nos empurrar para frente. Este momento não pode falar por ele mesmo, mas ser um trampolim que recolhe uma história de grande significado e impulsiona para dentro de águas mais profundas. Como João Batista, que fez do povo pobre sua própria pele, devemos nos vestir com ousadia e coragem para resignificar o caminho neste nosso século. Devemos gritar que DEUS HABITA A CIDADE.
            Como comunidades liminares, isto é, que estão no limite do carisma e da instituição, não podemos nos confundir com estruturas opressoras. Com uma profecia apocalíptica devemos constituir comunidades nas casas, nas periferias geográficas e existências, nas situações e circunstâncias que poucos e poucas estão dispostos a estar. Comunidades guiadas e reunidas pela PALAVRA. Comunidades sacramentais não apenas porque possuem sete sacramentos, mas porque se abrem à graça que pode ser sentida e vivida pelo sinal sacramental. E como diz Francisco, o de Roma, nunca para os pobres ou pelos pobres, mas COM OS POBRES.
            Façamos de nossas CEBs espaço privilegiado dos excluídos deste mundo. Temos diversidade de presença na Igreja, sim. Mas queremos caminhar em comunhão com ela dando a nossa contribuição específica. Não somos um Movimento, mas uma rede de comunidades. Se a velha paróquia quer ser sinal, neste mundo, do Caminho de Jesus Cristo, precisará entender que a sua estrutura deverá refletir a misericórdia e a hospitalidade, do contrário só produzirá dor e sofrimento para pessoas já tão machucadas pela vida.
            Não caíamos na tentação de uma sociedade do espetáculo. O mundo de hoje exige que homens e mulheres se congreguem para encontrar caminhos de humanização. Homens e mulheres que não são, necessariamente, da mesma religião. Não nos esqueçamos da bela mensagem da Laudato Si’ (Louvado sejas): tudo está interligado. Assim, deveremos ser capazes de acolher todos os tipos de refugiados e refugiadas deste mundo. E, em seu interior, com as paróquias se for possível, estarão as COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE.
Assessores da Ampliada  das CEBs do Brasil: Ir Tea, Ir Mercedes, Pe Vileci e Celso Pinto Carias
Mensagem original publicada no Jornal A CAMINHO, edição 5