quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Pedagogia da Catequese uma bela reflexão

Será que nós entendemos bem o que é pedagogia e quem é o pedagogo?

Voltando à origem  da palavra, “pedagogo”, no mundo grego, era o nome dado ao serviçal que acompanhava as crianças até o mestre que iria lhes  transmitir seus conhecimentos. Veja bem, o pedagogo não detinha nenhum conhecimento, apenas levava o aprendiz ao professor. A partir desse conceito, a pedagogia surgiu como o meio que propicia ao educando alcançar o conhecimento que é transmitido pelo educador. Se tratando de catequese, é preciso definir quem é quem.
Em primeiro lugar, temos que definir quem é o educador, o mestre que detém toda a Sabedoria. Certamente esse mestre é Jesus.
Somente Jesus detém toda a sabedoria do Evangelho, que é sua própria vida. Se o objetivo da catequese é a vivência da fé e o discipulado, o catequizando deve ser levado até o Mestre Jesus, para beber da sua sabedoria. Assim sendo, o catequista terá como papel  principal levar o catequizando ao encontro com Jesus, usando os meios necessários para facilitar esse encontro e para ajudá-lo a se realizar plenamente. Nesse contexto, a pedagogia catequética deve contemplar a pedagogia de Jesus e a pedagogia do próprio Deus.
Jesus é o Mestre “Eu sou a Verdade”, mas ao mesmo tempo é pedagogo que leva a Deus “Eu sou o caminho” – “Ninguém vai ao Pai senão por mim”. Deus, por sua vez, se constitui Ele próprio como pedagogo que leva ao Amor e à Vida Plena que nos é transmitida por Jesus, “Eu sou a Vida”- “Eu vim para que todos tenham vida…”. Por isso é preciso olhar bem para Jesus e para Deus e enxergar quais os meios que Eles utilizam para levarem as pessoas pelo caminho da salvação, pelo caminho da vida em plenitude.
Olhando para o modo de ser e de agir de Jesus, podemos detectar dois
modelos pedagógicos:
Pedagogia da esperança:
A pedagogia da esperança devolve a liberdade àqueles que expressam sua fé em Jesus e faz deles evangelizadores. Jesus, pouco a pouco, vai rompendo com os grilhões da lei judaica que aprisionava as pessoas, e devolvendo a elas a esperança de vida nova, de filhos e filhas de Deus.
Tomando o Evangelho escrito por Marcos, podemos ver que Jesus:
  1. Liberta de todo mal – Mc 1,21-28;
  2. Torna-e acessível aos que foram banidos – Mc 1,40-45;
  3. Dá o perdão que cura e devolve a condição de vida plena – Mc 2,1-12;
  4. Cura em dia de sábado – Mc 3,1-6;
  5. Dá de comer a quem tem fome – Mc 6,30-45;
  6. Mostra o poder da fé – Mc 9,14-29.
Em todas essas passagens, por trás de todo o mal, está a estrutura de uma sociedade que se impõe pelo poder, tirando das pessoas toda a esperança, pois lhes tira Deus. Jesus lhes devolve a esperança mostrando que Deus está com elas, que age em favor delas.
Pedagogia da inclusão:
Se, para muitos, Jesus devolve a esperança, para um número ainda maior Jesus devolve a dignidade humana. Em uma sociedade machista e semítica, mulheres e estrangeiros não tinham voz nem vez, eram excluídos. Jesus não fica imóvel diante dessa visão distorcida que torna uns melhores que outros, a vida plena é para todos: homens e mulheres, judeus e estrangeiros. Para Deus não há distinção.
Assim, ainda no Evangelho escrito por Marcos, podemos ver que Jesus:
  1. Trata as mulheres com respeito – Mc 1,30-31;
  2. Rompe com a exclusão das mulheres idosas e doentes – Mc 1,40-45;
  3. Liberta de toda possessão e escravidão do mundo pagão - Mc 5,1-20;
  4. Jesus rompe os grilhões de uma lei que se coloca na contramão da vida – Mc 5,21-43;
  5. Reconhece a fé e o direito da mulher estrangeira – Mc 7,24-30;
  6. Rompe a barreira que impede os pagãos de acolherem a Deus – Mc 7,31-36;
  7. Acolhe os que estão largados à beira do caminho – Mc 10,46-52.
Podemos perceber que a ação de Jesus não é apenas de um taumaturgo,
mas a ação do salvador. Jesus é o verdadeiro pedagogo que conduz o povo a Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário