segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Formar leigos para terem mais liberdade e autonomia

Cidade do Vaticano (RV) - Os membros do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, reunidos em Brasília, nos últimos dias, refletiram sobre o pentecostalismo e neopentecostalismo no Brasil. O texto apresentado pela Comissão do Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso indica que “é preciso agilizar nossa solicitude social”, dando respostas às necessidades espirituais das pessoas, à carência de seus corações por algo de mais profundo, à cura, à consolação e à proximidade com o transcendente.
Outro ponto destacado no texto pede para “fomentar pequenas comunidades e formar liderança leigas”. E registra a seguinte constatação: “temos paróquias tão grandes, em geral, que nossos fiéis não se sentem em casa, mas sim deixados de lado e abandonados; enquanto que se sentem em casa – aceitos, estimados e acolhidos – nas pequenas comunidades dos grupos pentecostais”.
O texto propõe como uma possível resposta por parte da Igreja Católica incrementar o clima de família nas paróquias através de pequenas comunidades, grupos de oração, grupos juvenis e outros, investindo decididamente na formação de leigos que possam guiar tais grupos.
Entrevistado recentemente pela RV, Dom Enemésio Lazzaris, bispo de Balsas, no Maranhão, defende a necessidade de uma presença maior da Igreja, inclusive através de uma maior autonomia e autoridade aos leigos, bem formados para o pastoreio. 
“Uma presença permanente de pessoas revestidas de autoridade sem depender tanto daqui e dali, que tenham autonomia; pois percebemos que um dos sucessos das Igrejas evangélicas, protestantes, é que cada um se sente Igreja, cada um é Igreja, então cada um faz aquilo que acha que tem que fazer... com uma autonomia quase plena. Nós algumas vezes delegamos a autoridade, o poder para as pessoas que nos representam, mas as seguramos demais, prendemos, controlamos demais. É preciso dar mais liberdade, mais autonomia para estas pessoas”.
“A formação para o pastoreio, de pastores e pastoras que assumam a animação, a coordenação, a condução pastoral, financeira da comunidade”. 

Dom Enemésio Lazzaris