quarta-feira, 7 de outubro de 2015

MENSAGEM DA AMPLIADA DAS CEBs - NE3 - ARACAJU 2015

MENSAGEM DA AMPLIADA DAS CEBs - NE3


Na terra das araras e dos cajus, Aracaju, capital do estado de Sergipe, nos reunimos neste primeiro final de semana do mês de outubro de 2015 para realizarmos nossa Ampliada das CEBs – NE3. Recebidas e recebidos com a história e os símbolos da cidade acolhedora, celebrando irmanamente, iniciamos nosso Encontro éramos 54 delegados de 14 Dioceses (Aracaju, Bom Jesus da Lapa, Caetité, Feira de Santana, Ilhéus, Irecê, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Própria, Ruy Barbosa, Salvador e Serrinha). Contamos com as presenças e participações de Dom José Palmeira Lessa, Arcebispo Metropolitano de Aracaju e Dom João José Costa Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Aracaju, que saudaram a plenária com suas bênçãos.
Neste Encontro, comprometidos e comprometidas com a Vida, analisamos a conjuntura política, social e eclesial e os desafios para os quais somos convocadas e convocados cotidianamente a vencermos como pertencentes ao segmento de Jesus, com a ajuda do Pe. Luis Miguel Modino e de Narcisio (leigo da Arquidiocese de Aracaju). Comungamos nossas reflexões conjunturais aos momentos de tensões políticas, econômicas, culturais e sociais pelas quais passa o Brasil atualmente e constatamos que os desafios ainda são enormes fazendo-se necessária a aproximação constante da Igreja ao povo, bem como a rearticulação das bases, como nos conclama, em suas palavras, o Papa Francisco quando nos pede que deixemos “que sejam lançadas sementes dentro de nós”.
Animadas e animados com o espírito novo que sopra em nossa Igreja, através das constantes provocações e chamados do Papa Francisco, nos debruçamos- com a assessoria generosa de Irmã Teresinha Foppa e Frei Luciano Bernardi - nos estudos da presença feminina na Bíblia, na vida do povo. A experiência das mulheres, expressa ontem e hoje, que a caminhada cristã é fruto também das ações de parteiras, viúvas, mães, sogras, avós... que cotidianamente são protagonistas de suas histórias e muitas vezes são reveladas nas histórias de outras e outros, quando refletem e transmitem seus frutos na vida das comunidades.
Essa reflexão trouxe-nos exemplos de mulheres que continuam a construir, no seu lugar, a cultura do bem viver em defesa da Vida. São mulheres, assim como aquelas registradas na Bíblia, camponesas, religiosas, sogras, mães, avós, negras, indígenas, domésticas, esposas... ainda oprimidas, cobradas e relegadas a segundo plano, que lutam para participar de mais espaços, serem reconhecidas nos seus diversos papeis e potencialidades superando ranços do autoritarismo, da dependência, do racismo, do machismo, da discriminação, sustentando a ideia da interdependência, do cuidado, do bem viver, da alteridade, do amor mútuo, da ternura, do diálogo. “Coragem, ternura, princípio, loucura, Mulher, Mulher! Irmã, companheira, guerreira, mulher.”
O ponto comum a quase todas as falas, das pessoas representantes das quatorze dioceses do regional presentes ao Encontro, foi a desconstrução constante do machismo que submete mulheres e homens a situações de opressão, dor e ausência de liberdade, gerando a falta de valorização do trabalho das mulheres em nossas comunidades. Ideias reforçadas por falas e cânticos entoados como convites a continuar na caminhada e na luta pela justiça, pelo ser comunidade a serviço da Vida.
Nesta nossa Ampliada, encontramos caminhos para construirmos o diálogo e o respeito como meio de vencermos a cultura do machismo através da formação constante, da autocrítica, da criação de comissões de mulheres que trabalhem nas bases fomentando reflexões e debates através de parcerias com o CEBI, com as pastorais sociais, em especial a CPT e as demais pastorais, a exemplo da PJ, trabalhando a afetividade, o entendimento e o respeito. Felizes e cheios de esperança, encerramos nosso Encontro, inspiradas e inspirados nos passos de Francisco de Assis, reafirmando o compromisso no amor, no cuidado e no serviço.

Aracaju, 04 de outubro de 2015.