segunda-feira, 24 de novembro de 2014

DIA DOS CRISTÃOS LEIGOS/AS, SAL E FERMENTO NA IGREJA E NO MUNDO.

COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE
REGIONAL NORDESTE NE-3
DIA DOS CRISTÃOS LEIGOS/AS, SAL E FERMENTO NA IGREJA E NO MUNDO.

“Para vós sou um leigo/a, convosco sou cristão”




Aos irmãos e irmãs, Companheiros/as das Comunidades Eclesiais de Base do regional NE-3, nas vésperas de celebrar o dia dos Cristãos Leigos e Leigas, quero poder expressar através desta carta, toda a nossa alegria e recordar da nossa vocação e missão como Cristãos Leigos/as na Igreja e na sociedade.
Os Leigos são cristãos que têm uma missão especial na Igreja e na sociedade. Pelo batismo, receberam essa vocação que devem vivê-la intensamente a serviço do Reino de Deus.

Na Igreja existem as diversas vocações: a sacerdotal, a diaconal, a religiosa e a leiga. Todas são muito importantes e necessárias, pois brotam do Batismo, fonte de todas as vocações. 

Antigamente, a missão do leigo era relegada a segundo plano, valorizando-se só o sacerdócio e a vida religiosa. Mas depois do Concílio Vaticano 2, a vocação e missão dos leigos foram revalorizadas, conferindo-lhes a mesma dignidade dos sacerdotes e religiosos.

Dentro da comunidade eclesial, os leigos são chamados a desempenhar diversas tarefas: catequista, Ministro da Eucaristia, agente das diferentes pastorais, serviço aos pobres e aos doentes. São chamados também a colaborar no governo paroquial e diocesano, participando de conselhos pastorais e econômicos. 

Não como simples colaboradores do bispo e dos padres, mas como membros ativos da comunidade, assumindo ministérios e serviços para o engrandecimento da Igreja de Cristo.

Apesar desses serviços que desempenham na comunidade eclesial, a missão mais importante dos leigos é no mundo. Eles são chamados a realizar sua missão dentro das realidades nas quais se encontra no dia-a-dia. 

Na família, no trabalho, na escola, no mundo da política e da cultura, nos movimentos populares e sindicais, nos meios de comunicação, é chamado a testemunhar, pela palavra e pela vida, a mensagem de Jesus Cristo. Nessas realidades, é chamado a desempenhar sua missão, necessária e insubstituível.

Por isso o papel do leigo não é ficar o dia todo na igreja, mas ser fermento nesses campos de vida e de atuação, ser "sal da terra e luz do mundo". Nesses ambientes deve se empenhar para a construção efetiva do Reino de Deus, "um reino eterno e universal, reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz", como rezamos no prefácio da missa da festa de Cristo Rei. 

O reino de Cristo cresce onde se manifesta a atitude de serviço, a doação generosa em prol dos irmãos, onde há o respeito pêlos outros, onde se luta pela justiça e pela libertação. E tudo isso acontece de modo especial através da atuação dos cristãos leigos.

Quando os leigos assumem de fato sua missão específica, podemos sonhar com uma nova ordem social. O Concílio Vaticano II e os ensinamentos do papa insistem muito na necessidade de os leigos participarem ativamente na construção de uma nova sociedade, aperfeiçoando os bens criados e sanando os males. Felizmente, muitos têm entendido essa missão e se empenhado para bem cumpri-la.

Vemos com muita esperança o crescimento hoje da tomada de consciência por parte de muitos leigos que compreendem essa índole específica de sua missão. Acreditam nela e procuram exercê-la de modo digno e eficiente para que se faça cada vez mais concreta a promessa de Jesus: "O Reino de Deus está presente no meio de vós.”

Na festa de Cristo Rei é importante refletir sobre a co-responsabilidade na construção do Reino. Os leigos devem assumir seu papel, confiantes nas bênçãos divinas. 

Devem participar da vida comunitária, buscando nas celebrações, sobretudo na Eucaristia, (
quando lhe é possível) as forças de que necessitam para bem desempenhar sua missão na comunidade e no mundo. 

Através dos leigos, a Igreja se faz presente nos diversos ambientes sociais, impregnando-os da mensagem de Jesus Cristo, semeando os valores evangélicos da solidariedade e da justiça, empenhando-se decisivamente na construção da sociedade justa, fraterna e solidária, sinal do Reino de Deus.
Por isso é importante para nós cristãos leigos e leigas, assumir a nossa identidade, de um povo sacerdotal a serviço do reino de Deus, onde somamos na caminhada do serviço.
O meu abraço fraterno
Tiago Aragão
Coordenador da articulação CEBs do Regional NE-3

Ruy Barbosa. BA 21 de Novembro de 2014

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

CEBs


 
 CEBs ACONTECENDO



                REDE CEBs DE COMUNICAÇÃO – REGIONAL NE-3 BAHIA/SERGIPE – BOLETIM INFORMATIVO




AMPLIADA DAS CEBs NE-3 EM JEQUIÉ REUNE 60 REPRESENTANTES DE 15 DIOCESES DOS ESTADOS BAHIA E SERGIPE.

 A mesa de abertura estava presentes: Danilo, Fernando e Pe. Raimundo da Coordenação Diocesana das CEBs, Dom José Ruy Bispo Diocesano, Tiago Aragão Coordenador das CEBs do Regional NE-3, Daniele Carvalho da PJ Regional NE-3, ainda não havia chegado Dom Ricardo o Bispo Referencial das CEBs do Regional NE-3.
Nas palavras na abertura a equipe Diocesana nas suas palavras expressava a alegria em acolher a ampliada das CEBs, pois isto traz força na caminhada, o Bispo Diocesano de Jequié Dom José Ruy ressalta a importância das CEBs na organização da igreja, para Tiago Aragão Coordenador das CEBs no Regional NE-3 que iniciou agradecendo pela acolhida da Diocese e a Dom José Ruy, e disse que as CEBs são um lugar de encontro e reencontro, onde se partilha a vida e celebra com as alegrias e esperanças.
CARTA DA AMPLIADA DAS CEBs DO REGIONAL NORDESTE 3 ÀS COMUNIDADES E AO POVO DE DEUS

Em 07 a 09 de novembro de 2014, em Jequié, a Cidade do Sol, aconteceu a ampliada das CEBs do Regional Nordeste 3. 60 representantes das dioceses de Salvador, Aracajú, Feira de Santana, Serrinha, Camaçari, Juazeiro, Ruy Barbosa, Caetité, Vitoria da Conquista, Ilhéus e Itabuna junto com Dom Ricardo Brussatti, bispo referencial das CEBs no Regional, foram acolhidos pelas comunidades locais junto com seu bispo Dom José Rui. A mística inicial fez memória da figura do Padre Hilário, que está em processo de beatificação, pois durante muitos anos foi referencia na vida dos pobres de Jequié. 
O analise de conjuntura nos levou a conhecer a realidade da juventude, marcada pela violência e extermínio, as dificuldades para poder concluir a universidade e caminhar como Setor Juventude em muitas dioceses. Nesse sentido, as Pastorais da Juventude constatam que a caminhada com as CEBs continua sendo um elemento motivador. 
Os grandes projetos constituem uma ameaça para muitas comunidades em nosso regional, que vem como o agronegócio, as mineradoras e a energia eólica, com o incentivo governamental, marcam a vida do povo.
As comunidades constatam avanços e dificuldades. Ainda existem comunidades que tem rosto de CEBs, mas que entram em confronto com os movimentos e as atitudes autoritárias da hierarquia. Cabe destacar o impulso da Reforma Política, as romarias, DNJ, caminhada em comum com as pastorais sociais, os círculos bíblicos, fóruns cidadãos, que reforçam a identidade das CEBs.
O Documento de Aparecida, a Evangelii Gaudium e o Documento 100 da CNBB, “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia” nos afiança em nosso jeito de ser Igreja, pois neles é constatado que a vivência das CEBs está cada vez mais presente numa Igreja que é chamada a estar em atitude permanente de missão para chegar nas periferias e ser hospital de campanha para tantos homens e mulheres que sofrem na vida do dia a dia. 
A partir daí constatamos a necessidade de elaborar materiais que, a través de círculos bíblicos, possam ajudar na reflexão das comunidades, onde seja salientado o papel da mulher e da juventude na Igreja, a evangelização do mundo virtual e a conversão pastoral da Igreja.
Renovados e com a vontade de fazer realidade o desejo do Papa Francisco de construir uma Igreja pobre e para os pobres, voltamos para nossas comunidades com o desejo de nos encontrar no dia 21 de maio de 2015, em Caetité, no 2º Encontrão das CEBs do Regional Nordeste 3.

Amem, Axê, Auêre, Aleluia
PADRE ANTONIO TOURINHO, CONHECIDO POR PADRE TOM,  DA DIOCESE DE JEQUIÉ, É NOMEADO BISPO.


O Papa Francisco nomeou, na manhã desta quarta-feira (12), padre Antônio Tourinho Neto como o novo bispo - auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife. A informação foi publicada no site do Vaticano. Padre Tom, como é conhecido, nasceu em 9 de janeiro de 1964, em Jequié é especialista em direito canônico e era o vigário geral da Diocese de Jequié, onde trabalhou por 16 anos. Ele fundou há dez anos a Fazenda Esperança, que é um local para tratamento de pessoas que querem se livrar do vício do álcool e das drogas. Em Pernambuco, Dom Antonio Tourinho Neto, vai trabalhar com o arcebispo Dom Fernando Saburido. A experiência dele na construção da Fazenda Esperança em Jequié certamente vai ajudar na obra da Fazenda Esperança da Região Metropolitana do Recife que vai ser construída em Jaboatão dos Guararapes.

ASSEMBLEIA DO NORDESTE 3 ABORDA A RENOVAÇÃO PAROQUIAL


 O Documento 100 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia – A conversão pastoral da paróquia” é o tema central da 52ª Assembleia Pastoral do Regional Nordeste 3 da entidade. O encontro, que ocorre em Salvador (BA), teve início na noite de segunda-feira, 10, e segue até sexta-feira, 14. Bispos, coordenadores diocesanos de pastorais e representantes regionais das pastorais e movimentos avaliam a caminhada pastoral dos últimos quatro anos e planejam as atividades para 2015. O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, é o assessor do encontro. Ele explicou que as paróquias do Brasil são tomadas por comunidades, o que demonstra a importância, a partir dos capítulos do Documento 100, de diretrizes essenciais para renovação destes espaços que trazem memórias e elementos de trabalho para a evangelização. “A conversão pastoral da paróquia consiste em ampliar a formação de pequenas comunidades de discípulos convertidos pela palavra de Deus e da urgência de viver em estado de missão”, disse o bispo.
Para o arcebispo de Vitória da Conquista (BA), dom Luís Gonzaga Silva Pepeu, a assembleia é um incentivo à conversão pastoral. “Somos os primeiros a sermos exemplos para os demais irmãos e irmãs em nossas igrejas. A Assembleia é um convite à mudança, um crescimento e conversão pastoral em nossas paróquias e comunidades. É também um momento avaliativo na caminhada dos últimos anos, quando vivenciamos as orientações e atividades do regional Nordeste 3”, comentou.

BISPOS, SACERDOTES E DIÁCONOS SEJAM ACOLHEDORES, PACIENTES, SÓBRIOS E MANSOS – O PAPA NA AUDIÊNCIA GERAL


 Quarta-feira, 12 de novembro tempo cinzento em Roma. Na Praça de S. Pedro foram muitos os milhares de peregrinos que acolheram o Papa Francisco para a tradicional Audiência Geral. Na sua catequese o Santo Padre voltou ao tema da Igreja com os seus bispos, sacerdotes e diáconos desta vez abordando aquilo que é pedido aos ministros da Igreja para que vivam em modo autêntico e  fecundo o seu próprio serviço.
“Nas ‘cartas pastorais’ aos discípulos Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo aborda a figura dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos, delineando aquilo a que eles são chamados e as prerrogativas que devem ser reconhecidas naqueles que são escolhidos e investidos naqueles ministérios.”
O Santo Padre deixou claras as qualidades humanas definidas pelo Apóstolo Paulo para o serviço pastoral dos bispos, sacerdotes e diáconos:  “...o acolhimento, a sobriedade, a paciência, a mansidão, a fiabilidade, a bondade de coração.”  O Papa Francisco reiterou ainda uma outra atitude que S. Paulo recomenda ao exortar que se deve reavivar continuamente o dom do ministério pastoral significando isto que se deve manter sempre viva a consciência de que não se é bispo, sacerdote ou diácono porque se é mais inteligente, mais capaz e melhor do que os outros, mas sim porque é um dom de Deus.  No final da catequese o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa nomeadamente os presentes vindos do Brasil.  Nas saudações em italiano o Papa Francisco lançou, mais uma vez, uma mensagem de apelo pelos cristãos perseguidos e assassinados em várias partes do mundo.  O Papa Francisco a todos deu a sua benção!



EQUIPE RESPONSAVEL: CEBs NE-3- BAHIA E SERGIPE.



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

AMPLIADA DAS CEBs REGIONAL NORDESTE III EM JEQUIÉ 2014

CARTA DA AMPLIADA DAS CEBs DO REGIONAL NORDESTE 3 ÀS COMUNIDADES E AO POVO DE DEUS



Em 07 a 09 de novembro de 2014, em Jequié, a Cidade do Sol, aconteceu a ampliada das CEBs do Regional Nordeste 3. 60 representantes das dioceses de Salvador, Aracajú, Feira de Santana, Serrinha, Camaçari, Juazeiro, Ruy Barbosa, Caetité, Vitoria da Conquista, Ilheus e Itabuna junto com Dom Ricardo Brussatti, bispo referencial das CEBs no Regional, foram acolhidos pelas comunidades locais junto com seu bispo Dom José Rui. A mística inicial fez memória da figura do Padre Hilário, que está em processo de beatificação, pois durante muitos anos foi referencia na vida dos pobres de Jequié. 

O analise de conjuntura nos levou a conhecer a realidade da juventude, marcada pela violência e extermínio, as dificuldades para poder concluir a universidade e caminhar como Setor Juventude em muitas dioceses. Nesse sentido, as Pastorais da Juventude constatam que a caminhada com as CEBs continua sendo um elemento motivador. 
Os grandes projetos constituem uma ameaça para muitas comunidades em nosso regional, que vem como o agronegócio, as mineradoras e a energia eólica, com o incentivo governamental, marcam a vida do povo.
As comunidades constatam avanços e dificuldades. Ainda existem comunidades que tem rosto de CEBs, mas que entram em confronto com os movimentos e as atitudes autoritárias da hierarquia. Cabe destacar o impulso da Reforma Política, as romarias, DNJ, caminhada em comum com as pastorais sociais, os círculos bíblicos, fóruns cidadãos, que reforçam a identidade das CEBs.
O Documento de Aparecida, a Evangelii Gaudium e o Documento 100 da CNBB, “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia” nos afiança em nosso jeito de ser Igreja, pois neles é constatado que a vivência das CEBs está cada vez mais presente numa Igreja que é chamada a estar em atitude permanente de missão para chegar nas periferias e ser hospital de campanha para tantos homens e mulheres que sofrem na vida do dia a dia. 
A partir daí constatamos a necessidade de elaborar materiais que, a través de círculos bíblicos, possam ajudar na reflexão das comunidades, onde seja salientado o papel da mulher e da juventude na Igreja, a evangelização do mundo virtual e a conversão pastoral da Igreja.
Renovados e com a vontade de fazer realidade o desejo do Papa Francisco de construir uma Igreja pobre e para os pobres, voltamos para nossas comunidades com o desejo de nos encontrar no dia 21 de maio de 2015, em Caetité, no 2º Encontrão das CEBs do Regional Nordeste 3.
Amem, Axê, Auêre, Aleluia




sábado, 17 de maio de 2014

OBRIGADA Pe. GIULIANO PELA CONTRIBUIÇÃO EM NOSSA DIOCESE


Querido Padre Giuliano é com muito carinho e em tom de agradecimento que as CEBs da Paróquia de Condeúba se despedem do senhor hoje. Foram muitos os momentos que passamos juntos, e com certeza marcaram nossa história. As caminhadas, as subidas ao morro da Feirinha, os encontros nos zonais, o curso de verão, a escola de Teologia que o senhor tanto nos incentivou e apoiou a participar, são muitas coisas que aconteceram nesses nove anos de convivência.
Gostaríamos de agradecer por tudo aquilo que nos proporcionou e o quanto fez crescer as nossas Comunidades, com momentos de formação pra catequese, a Pastoral Familiar, a Juventude, aos Animadores. E por todo empenho e incentivo e dedicação, reanimando e fazendo crescer ainda mais nossas comunidades.
Em suas palavras sempre nos convida a ter uma fé madura, ter pés no chão, LIGAR FÉ E VIDA.
Nos momentos de dificuldades e de desânimo sempre nos apoiava e nos lembrava que podemos nos decepcionar com muitas coisas, mas Jesus nunca nos decepciona. Que precisamos manter os olhos fixos em Jesus e ter os pés fincados no chão da nossa realidade.
Com sua simplicidade nos mostrou e nos ensinou a ver a presença de Deus nas pequenas coisas, nas coisas simples da vida, nas coisas pequenas. E nos ajudou a valorizarmos ainda mais nossas comunidades sendo ela grande, ou pequena. Não mediu esforços ao acompanhá-las com seu carinho de pastor, nas celebrações da santa missa, ou nos sacramentos. Não importava as distâncias visitava com frequência os doentes e dava a eles muita atenção e carinho.
O senhor Pe. Giuliano marcou a história de nossa paróquia com momentos pastorais e culturais que muito contribuiu para nosso caminhar comunitário, o carinho com que cuidou da nossa juventude e proporcionou verdadeiros momentos de cidadania e cuidado com a nossa vida, O NOSSO BEM MAIOR.
   Obrigada por tudo que fizeste por nossa Paróquia em especial pelas nossas comunidades. Com seu jeito simples de ser se aproximou de nosso povo e deixou que as pessoas se aproximassem do senhor com muita humildade. Se aproximou das crianças e dos especiais dando atenção e carinho. Que criança não conhece o barulho da buzina do padre quando visitava as comunidades? As crianças ao ouvi-la corriam pra estrada pra receber um abraço e as famosas balinhas do padre.
Te agradecemos, por tantas portas que nos abriu, e nos possibilitou estudar e conhecer ainda mais a palavra de Deus, com vários encontros e palestrantes de muita qualificação e conhecimento.
 Nossas vidas mudaram e o jeito de vermos e vivermos a fé também. Amadurecemos e crescemos muito com sua presença, o compromisso e a responsabilidade pastoral hoje é maior, pois aprendemos a valorizar o que temos e o que somos, o nosso jeito de ser, de celebrar e de viver em comunidade.
Por isso só temos a agradecer por tudo que passamos e vivemos durante todo esse tempo, muitas coisas ficarão guardadas em nossas vidas que farão a diferença por onde formos. Com seus ensinamentos nos tornamos pessoas melhores e mais ativas com um olhar diferente sobre a vida e a realidade.
Obrigada por tudo que tens feito pelas nossas Comunidades, ficam nosso respeito, carinho e admiração pelo Pe. Giuliano e mais ainda pelo ser humano humilde que és.

Comunidades Rurais da Paróquia de Santo Antônio.






quinta-feira, 1 de maio de 2014

CANONIZAÇÃO DE JOÃO XXIII E JOÃO PAULO II



Uma cerimônia inédita realizada neste domingo (27) na Praça de São Pedro, no Vaticano, e acompanhada por milhares de fiéis católicos, canonizou dois Papas: o polonês João Paulo II e o italiano João XXIII.

A canonização dupla reuniu, em um único evento, o atual Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI, que renunciou no ano passado em uma situação inédita na história moderna da Igreja Católica.
Francisco concelebrou missa solene com cinco prelados, entre eles o bispo de Bergamo (cidade natal do italiano João XXIII), Francesco Beschi, e o ex-secretário particular do Papa João Paulo II e arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz.
O Papa Francisco, à direita, cumprimenta seu predecessor, o Papa Emérito Bento XVI, durante a cerimônia de canonização de João XXIII e João Paulo II, neste domino (27), no Vaticano (Foto: L'Osservatore Romano/AP)O Papa Francisco, à direita, cumprimenta seu predecessor, o Papa Emérito Bento XVI, durante a cerimônia de canonização de João XXIII e João Paulo II, neste domino (27), no Vaticano (Foto: L'Osservatore Romano/AP)
"Estes foram dois homens de coragem ... e deram testemunho diante da Igreja e do mundo da bondade e misericórdia de Deus", disse Francisco. "Eles viveram os trágicos acontecimentos do século XX, mas não foram oprimidos por eles. Para eles, Deus era mais poderoso, a fé era mais poderosa."
As relíquias dos dois novos santos, uma ampola de sangue de João Paulo II e um pedaço de pele de João XXIII extraída durante sua exumação no ano 2000, foram colocadas ao lado do altar.
Bento XVI seguiu a cerimônia no setor esquerdo do altar, junto com os cardeais e os 1.000 bispos que concelebraram sucessivamente a missa.A cerimônia de canonização teve os mesmos moldes de uma missa e foi simples, sóbria e sem extravagâncias, segundo o Vaticano.
Em 2011, a beatificação de João Paulo II, feita por Bento XVI, durou três dias e custou cerca de US$ 1,65 milhão, reunindo 1,5 milhão de fiéis na praça e nos seus arredores, segundo a polícia de Roma.
O Vaticano, citando fontes da polícia italiana, estimou que cerca de 800 mil pessoas participaram da celebração.
Segundo a Santa Sé, 500 mil pessoas lotaram a praça e sua via de acesso, a Via da Conciliação, e 300 mil seguiram o evento diante dos 17 telões instalados em diversos locais em Roma.
Os poloneses - conterrâneos de João Paulo II-, foram os estrangeiros mais numerosos presentes.
Trens especiais foram colocados em circulação para a viagem desde a Polônia.
A cerimônia do lado de fora da Basílica de São Pedro permitiu que mais pessoas participassem do evento.
Bandeiras de vários países, inclusive o Brasil, podiam ser vistas na multidão.
A praça foi enfeitada com 30 mil rosas vermelhas, amarelas e brancas doadas pelo Equador, cujo presidente, Rafael Correa, estava presente na cerimônia.
Telões foram espalhados na Praça e pela cidade de Roma, que  teve esquema especial de trânsito para a celebração, com bloqueio de ruas e reforço nos transportes públicos.
Após a cerimônia, Francisco percorreu a praça no Papamóvel, cumprimentando os fiéis. Antes, ele levou cerca de 40 minutos para cumprimentar os integrantes das 93 delegações internacionais que compareceram à festa.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Cuidar da Mãe Terra e amar todos os seres Leonardo Boff


Cuidar da Mãe Terra e amar todos os seres

O amor é a força maior existente no universo, nos seres vivos e nos humanos. Porque o amor é uma força de atração, de união e de transformação. Já o antigo mito grego o formulava com elegância: “Eros, o deus do amor, ergueu-se para criar a Terra. Antes, tudo era silêncio, desprovido e imóvel. Agora tudo é vida, alegria, movimento”. O amor é a expressão mais alta da vida que sempre irradia e pede cuidado, porque sem cuidado ela definha, adoece e morre.

Humberto Maturana, chileno, um dos expoentas maiores da biologia contemporânea, mostrou em seus estudos sobre a autopoiesis, vale dizer, sobre a auto-orgnização da matéria da qual resulta a vida, como o amor surge de dentro do processo evolucionário. Na natureza, afirma Maturana, se verificam dois tipos de conexões (ele chama de acoplamentos) dos seres com o meio e entre si: uma necessária, ligado à própria subsistência e outro espontânea, vinculado a relações gratuitas, por afinidades eletivas e por puro prazer, no fluir do próprio viver.

Quando esta última ocorre, mesmo em estágios primitivos da evolução há bilhões de anos, ai surge a primeira manifestação do amor como fenômeno cósmico e biológico. Na medida em que o universo se inflaciona e se complexifica, essa conexão espontânea e amorosa tende a incrementar-se. No nivel humano, ganha força e se torna o móvel principal das ações humanas.
O amor se orienta sempre pelo outro. Significa uma aventura abraâmica, a de deixar a sua própria realidade e ir ao encontro do diferente e estabelecer uma relação de aliança, de amizade e de amor com ele.

O limite mais desastroso do paradigma ocidental tem a ver com o outro, pois o vê antes como obstáculo do que oportunidade de encontro. A estratégia foi e é esta: ou incorporá-lo, ou submete-lo ou eliminá-lo como fez com as culturas da África e da América Latina. Isso se aplica também para com a natureza. A relação não é de mútua pertença e de inclusão mas de exploração e de submetimento. Negando o outro, perde-se a chance da aliança, do diálogo e do mútuo aprendizado. Na cultura ocidental triunfou o paradigma da identidade com exclusão da diferença. Isso gerou arrogância e muita violência.

O outro goza de um privilégio: permite surgir o ethos que ama. Foi vivido pelo Jesus histórico e pelo paleocristianismo antes de se constituir em instituição com doutrinas e ritos. A ética cristã foi mais influenciada pelos mestres gregos do que pelo sermão da montanha e prática de Jesus. O paleocristianismo, ao contrário, dá absoluta centralidade ao amor ao outro que para Jesus, é idêntico ao amor a Deus. O amor é tão central que quem tem o amor tem tudo. Ele testemunha esta sagrada convicção de que Deus é amor(1 Jo 4,8), o amor vem de Deus (1 Jo 4,7) e o amor não morrerá jamais (1Cor 13,8). E esse amor incondicional e universal inclui também o inimigo (Lc 6,35). O ethos que ama se expressa na lei áurea, presente em todas as tradições da humanidade: “ame o próximo como a ti mesmo”; “não faça ao outro o que não queres que te façam a ti”. O Papa Francisco resgatou o Jesus histórico: para ele é mais importante o amor e a misericórdia do que a doutrina e a disciplina.

Para o cristianismo, Deus mesmo se fez outro pela encarnação. Sem passar pelo outro, sem o outro mais outro que é o faminto, o pobre, o peregrino e o nu, não se pode encontrar Deus nem alcançar a plenitude da vida (Mt 25,31-46). Essa saída de si para o outro a fim de amá-lo nele mesmo, amá-lo sem retorno, de forma incondicional, funda o ethos o mais inclusivo possível, o mais humanizador que se possa imaginar. Esse amor é um movimento só, vai ao outro, a todas as coisas e a Deus.

No Ocidente foi Francisco de Assis quem melhor expressou essa ética amorosa e cordial. Ele unia as duas ecologias, a interior, integrando suas emoções e os desejos, e a exterior, se irmanando com todos os seres. Comenta Eloi Leclerc, um dos melhores pensadores franciscanos de nosso tempo, sobrevivente dos campos de extermínio nazista de Buchenwald:

Em vez de enrijercer-se e fechar-se num soberbo isolamento, Francisco deixou-se despojar de tudo, fez-se pequenino, colocou-se, com grande humildade, no meio das criaturas. Próximo e irmão das mais humildes dentre elas. Confraternizou-se com a própria Terra, como seu húmus original, com suas raízes obscuras. E eis que a “nossa irmã e Mãe-Terra” abriu diante de seus olhos maravilhados um caminho de uma irmandade sem limites, sem fronteiras. Uma irmandade que abrangia toda a criação. O humilde Francisco tornou-se o irmão do Sol, das estrelas, do vento, das nuvens, da água, do fogo e de tudo o que vive e até da morte”.

Esse é o resultado de um amor essencial que abraça todos os seres, vivos e inertes, com carinho, enternecimento e amor. O ethos que ama funda um novo sentido de viver. Amar o outro, seja o ser humano, seja cada representante da comunidade de vida, é dar-lhe razão de existir. Não há razão para existir. O existir é pura gratuidade. Amar o outro é querer que ele exista porque o amor torna o outro importante.”Amar uma pessoa é dizer-lhe: tu não poderás morrer jamais” (G.Marcel); “tu deves existir, tu não podes ir embora”.

Quando alguém ou alguma coisa se fazem importantes para o outro, nasce um valor que mobiliza todas as energias vitais. É por isso que quando alguém ama, rejuvenesce e tem a sensação de começar a vida de novo. O amor é fonte de suprema alegria.

Somente esse ethos que ama está à altura dos desafios face à Mãe Terra devastada e ameaçada em seu futuro. Esse amor nos poderá salvar a todos, porque abraça-os e faz dos distantes, próximos e dos próximos, irmãos e irmãs.

Dom Zanoni Demettino Castro 50 anos de luta pela democracia


Dom Zanoni Demettino Castro
Bispo de São Mateus (ES)
Neste ano de 2014 somos chamados a fazer a memória das nossas alegrias e esperanças, das nossas tristezas e dores. Neste momento, lembramos, sobretudo, os 50 anos da Ditadura, um dos mais dolorosos episódios da história do Brasil, que com o ato de força de 1º de abril, significou um golpe profundo para as instituições democráticas e durou longos 21 anos, jogando o País numa noite de terror, prisões, torturas, mortes e desaparecimento de pessoas.
Nasci e cresci num ambiente de forte resistência a essa situação. Aprendi, desde pequeno, que nem tudo que aparecia nos jornais e televisão correspondia à verdade. Conheci homens e mulheres honrados, muitos, imbuídos pela fé, que se engajaram seriamente contra este sistema, e, por esta razão, foram tratados como “subversivos”. Milhares de pessoas foram presas, torturadas e exiladas. Muitas foram mortas. Políticos tiveram seus mandatos revogados; cidadãos, funcionários públicos e militares foram demitidos; estudantes expulsos das escolas e Universidades. Imperava a Lei de Segurança Nacional. 
Lembro-me muito bem do meu pároco, cuidadoso e prudente com as palavras, quando nos ensinava o Evangelho, falando-nos do amor, da justiça, da democracia e da liberdade. Tocava no fundo do nosso coração as palavras do grande pastor e profeta, Dom Helder Câmara, Arcebispo de Olinda e Recife, silenciado pela ditadura: “quando dou pão aos pobres me chamam de santo, quando pergunto pela causa de sua pobreza me chamam de comunista.”
Esta data de forma alguma poderá ser esquecida. É, sem dúvida, uma oportunidade rica de refletirmos e debatermos a respeito da construção social e política do nosso país. Tempo propício de levantar questões sérias: Por que o Brasil acolheu esse Regime ditatorial e autoritário em 1964? Como a ditadura civil militar redesenhou esse País Continente e quais são hoje as suas marcas mais profundas? Como foi possível passar do autoritarismo para a Democracia?
Nossos jovens precisam saber o que de fato aconteceu. Por que tantos meninos e meninas daquela época entraram nesta luta? Quais eram os seus sonhos e a razão de tamanha coragem? Lembro-me, como se fosse hoje, da paródia da música “Tristeza”, que cantávamos no Colégio em que eu estudava em Brasilia, no final dos anos 70, com muito receio, mas com segura nitidez e grande orgulho. Pedíamos o fim da ditadura: “Figuerêdo, por favor vai embora, é o povo que implora, esperando seu fim. O meu salário diminui a cada dia, já é demais o meu penar. Quero de volta a Democracia. Quero de novo votar”. Havia um desejo de mudança, um sonho de justiça e liberdade.
Vejo com bons olhos o grandioso esforço da Comissão da Verdade. Por outro lado, percebo que muitos querem minimizar esse período de exceção. Chegam a afirmar que a Ditadura não foi tão dura assim e até defendem o seu retorno como remédio à violência e corrupção. São os mesmos que apoiam mortes, criminalizam os movimentos sociais e demonizam a política.
Graças a Deus a Ditadura foi vencida. Foi uma vitória da população brasileira, o sonho das Comunidades Eclesiais de Base que, desde os meados dos anos 70, com outras forças da sociedade, indo às ruas, denunciando torturas e mortes, articulando-se e mobilizando-se em favor da anistia, participaram de uma das mais espetaculares campanhas que este pais já assistiu, a Diretas já!
A luta pela consolidação da Democracia continua. Conseguimos a Lei Contra a Corrupção Eleitoral (Lei 9.840) e a Lei da Ficha Limpa. Agora, estamos empenhados para que essa vitória alcançada tenha suas bases ancoradas no direito, na liberdade e na justiça, por uma reforma do Estado com a participação democrática.

domingo, 30 de março de 2014

“Descalço sobre a Terra Vermelha” mostra a luta do bispo Casaldáliga no Araguaia

A TV3 da Catalunha, na Espanha, lançou nesta segunda-feira, 24, a minissérie "Descalço sobre a Terra Vermelha", uma produção de dois episódios de uma hora de duração cada que retrata a luta do bispo emérito de São Felix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga pelos direitos dos pequenos agricultores de Mato Grosso. O ator Eduard Fernandez, um conhecido artista nascido em Barcelona, encarna o religioso nessa produção. A série foi dirigida por Oriol Ferrer, escrita por Marcos Bernstein e Maria Jaen, e baseado no livro de Francesc Escribano Casaldáliga.

De acordo com a descrição que aparece no site da Absolute Minority Company, a série combina ação e misticismo igualmente "no cenário exuberante de Mato Grosso, em contraste com a paisagem humana e social chocante". A história de Pedro Casaldáliga se desenvolve "em torno de valores universais " no contexto da teoria filosófica e teológica da libertação e da situação geopolítica dos anos 70 ditadura brasileira.

"Descalço sobre a Terra Vermelha" é essencialmente "realista e esperançoso" e tem como objetivo trazer a "verdade da vida" e "a conquista dos direitos inalienáveis" dos trabalhadores rurais e pobres que residem na região do Norte Araguaia.

filme já ganhou dois prêmios FIPA de Ouro na 27ª edição do Festival Internacional de Programas Audiovisuais de Biarritz (sudoeste da França).

O diretor da TV3, Sellent Eugene, descreveu o projeto 'modelo ' em outras produções , tanto pelo conteúdo, valores e tenacidade como o modelo de negócio de otimização de recursos . O outro reconhecimento ao filme foi pela melhor trilha sonora original; e de modo especial, a produção ganhou elogios pela música composta por David Cervera. A série foi co-produzida pela TVC, TVE, Minoria Absoluta, Raiz Produções Cinematográficas e TV Brasil.

O escritor Francesc Escribano salientou que a produção tornou-se "o coração" para contar uma história notável de um catalão universal' . Já o ator Eduard Fernandez salientou que o papel lhe deu muito do que ele trouxe , porque o pai Casaldáliga 'não deixa ninguém indiferente.

Pedro Casaldaliga nasceu na província de Barcelona, em 16 de fevereiro de 1928, e mora no Brasil desde 1968. Ingressou na Congregação Claretiana em 1943, sendo ordenado sacerdote em Montjuïc, Barcelona, no dia 31 de maio de 1952.

 "Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar"  foi o lema da atividade pastoral de Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito do Araguaia.   

Foi nomeado administrador apostólico da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) no dia 27 de abril de 1970. O Papa Paulo VI o nomeou bispo prelado de São Félix do Araguaia em agosto de 1971. Sua ordenação episcopal se deu pelas mãos de Dom Fernando Gomes dos Santos, Arcebispo de Goiânia e de Dom Tomás Balduíno, e Dom Juvenal Roriz. Foi bispo da sé titular de Altava até 1975.

Dom Pedro já sofreu inúmeras ameaças de morte, e por cinco vezes, durante a ditadura militar, foi alvo de processos de expulsão do Brasil, por seu engajamento nas lutas camponesas. Em 1994 apoiou a revolta de Chiapas, no México, afirmando que quando o povo pega em armas deve ser respeitado e compreendido . Em 1999 publicou a "Declaração de Amor à Revolução Total de Cuba" .

Seu amor à liberdade inspirou sua luta contra a centralização do governo da Igreja, pois considera que a visão de Roma é apenas uma entre as várias possíveis, e que a Igreja deveria ser uma comunhão de igrejas. Acha que se deve falar da Igreja que está em São Félix do Araguaia, assim como se fala da Igreja que está em Roma, pois unidade não tem que ser sinônimo de centralização e sim de descentralização.

Ao completar 75 anos, Dom Pedro Casaldáliga foi sucedido em São Félix por Dom Frei Leonardo Ulrich Steiner, sucessivamente transferido para a Arquidiocese de Brasília como bispo auxiliar. Para a Prelazia foi nomeado Dom Adriano Ciocca Vasino.

quarta-feira, 5 de março de 2014

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO SOBRE A QUARESMA

Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9)
 Queridos irmãos e irmãs! 
 Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico? A graça de Cristo Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 22). A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2). Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf.Rm 8, 29). Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo. O nosso testemunho Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo. À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha. Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus. O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana. Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói. Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde! Vaticano, 26 de Dezembro de 2013 Festa de Santo Estêvão, diácono e protomártir.

PAPA FRANCISCO